O número de pedidos de recuperação judicial de produtores rurais pessoa física e de empresas do setor caíram 40,7% no terceiro trimestre, na comparação com o anterior, segundo levantamento da Serasa Experian.
Ao considerar apenas os produtores que atuam como pessoa física, a queda foi de 50,4%, com o número de pedidos caindo de 214 no segundo trimestre de 2024, para 106 no terceiro. No caso de pessoas jurídicas, a queda foi de 23,9%, com os pedidos passando de 121 para 92.
O levantamento também mostrou que os pedidos de recuperação judicial de empresas relacionadas ao agronegócio marcaram baixa de 40,4%, passando de 94 solicitações no segundo trimestre para 56 solicitações no terceiro.
Para o head de agronegócio da Serasa Experian, Marcelo Pimenta, o cenário de queda é animador, embora exija ainda uma análise cautelosa, levando em consideração o contexto econômico e sistêmico.
“Os dados mostram um cenário positivo para o terceiro trimestre, mas precisamos lembrar que a economia não costuma sofrer grandes mudanças em curtos períodos. Acreditamos em um represamento no segundo trimestre que acabou inflando a quantidade de solicitações e impactando a relação com o período seguinte. O ideal é que sigamos analisando os próximos meses para chegarmos em conclusões mais assertivas”, afirma Pimenta.
Perfil
A visão da pesquisa por porte mostrou que os pequenos proprietários foram os que tiveram a baixa mais acentuada no número de pedidos de recuperação judicial, passando de 44 para 14. Aqueles que não possuem propriedades no campo, ou seja, possíveis arrendatários de terras ou grupos econômicos ou familiares relacionados ao setor, vieram em seguida, indo de 99 para 43. Os médios proprietários diminuíram os requerimentos de 35 para 17 e os grandes marcaram de 36 para 32 pedidos.
Os dados registraram, ainda, que dentre as segmentações, a de cultivo de soja foi a mais demandante e, mesmo com a queda geral, registrou leve aumento – passando de 53 para 59 requerimentos de recuperação judicial. Além do grão, somente a área de algodão teve alta, indo de zero para cinco pedidos. O segmento de criação de bovinos teve baixa, de 25 para 15, o cultivo de cereais caiu de 23 para cinco e o de café foi de sete solicitações para apenas três.
Entre os setores de atuação das empresas analisadas, foi possível identificar que as agroindústrias de transformação primária tiveram a baixa mais expressiva, passando de 34 pedidos no segundo trimestre para dez no terceiro. Em seguida, o comércio atacadista de produtos agropecuários primários foi de 12 requerimentos para cinco, enquanto os negócios do setor de serviços de apoio à agropecuária foram de 16 para 12.
Além disso, algumas áreas registraram leve aumento. As indústrias de processamento de agroderivados aumentaram de 13 para 14 solicitações e a categoria de revendedor de insumos agropecuários (exceto máquinas), subiram de seis para dez.
Fonte: GloboRural