A continuidade da recuperação judicial do Grupo Pupin tornou-se financeiramente inviável e caminha para um colapso completo em prazo inferior a três anos, segundo manifestação apresentada pelo Comitê de Credores e juntada ao processo em 17 de novembro de 2025, na 1ª Vara Cível de Campo Verde (MT). O documento afirma que os dados econômicos e contábeis “demonstram de forma técnica e inequívoca a absoluta inviabilidade de prosseguimento da recuperação judicial”.
De acordo com o parecer, o grupo não possui mais condições operacionais mínimas para sustentar qualquer plano de soerguimento. A manifestação relata que os próprios documentos oficiais do processo revelam que “nenhuma atividade rural é capaz de suportar o incremento anual de aproximadamente R$ 355 milhões em juros e correções incidentes exclusivamente sobre o passivo extraconcursal”. O Comitê classifica o cenário como matematicamente insustentável, registrando que a conclusão decorre de “aritmética elementar”, e não de projeções complexas.
Com base em dados de mercado, o parecer demonstra que, ainda que todas as áreas produtivas fossem retomadas imediatamente, estimadas em cerca de 23 mil hectares, o resultado continuaria inviável. O documento destaca que “os juros e correções devidos aos credores extraconcursais consumiriam 123 sacas de soja por hectare”, enquanto a produtividade média do Estado, segundo fontes agrícolas citadas, é de apenas 66,3 sacas por hectare, “menos da metade do volume necessário apenas para neutralizar a atualização dessa dívida”.
